domingo, 19 de outubro de 2008

PROJOVEM


PROJOVEM VIAMÃO NA VISÃO
DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA MUNICIPAL

O ProJovem – Programa Nacional de Inclusão de Jovens, de 18 a 24 anos – iniciou efetivamente no município de Viamão, no dia 5 de janeiro de 2007, após um longo estudo e de algumas discussões com o poder público sobre a viabilidade do programa, desde então vem proporcionando a esses jovens oportunidades de retorno à escola, de iniciação ao trabalho profissional, bem como, o exercício da cidadania.
As expectativas e os desafios iniciais de que: - o Programa fosse eficiente e eficaz na interação das ações educativas, profissionais e comunitárias; - todas as pessoas envolvidas pudessem articular ações inovadoras na construção da cidadania; - os educadores fossem motivados, dinâmicos e criativos em busca de alternativas de mobilização e promoção dos jovens inseridos neste programa; - a comunidade local fosse sensível e parceira ao projeto.
Porém essas expectativas aos poucos foram dando lugar a real situação das ações implantadas e implementadas no município.
Acreditamos que o Programa vive bons momentos, mas que alguns ajustes ainda se fazem necessário para um melhor desenvolvimento, que para nós se traduzem em dificuldades, que seguem abaixo:
➢ O grande número de jovens matriculados, mas nunca acessaram o Programa;
➢ O relacionamento com algumas direções de escolas onde funcionam os Núcleos que não acreditam no Programa, pois os alunos trazidos pelo ProJovem são os que a escola já havia “excluído” em anos anterior por serem alunos “problemas”. Decorrente desta relação fragilizada surge a dificuldade na utilização dos espaços da escola, principalmente o laboratório de informática e vídeo, bem como, a realização do cardápio previsto para merenda escolar.
➢ O descomprometimento de alguns educadores percebido nos atrasos e ausências ao trabalho por motivos banais;
➢ O atraso na abertura de conta para o pagamento da bolsa gerando desconforto e insatisfação do aluno.
➢ A incapacidade de alguns educadores, quanto a formação de vínculo, considerando o fato de nossos alunos possuírem um conhecimento cultural e um nível de subjetividade diferenciado da clientela de que estão acostumados.
➢ O despreparo de alguns educadores do ProJovem, da direção, funcionários e educadores das escolas sobre o entendimento do seu papel nesta modalidade de ensino, visando o conhecimento de si mesmo, redefinindo seu perfil e propostas metodológicas adequadas que tornem o aluno protagonista e agente ativo de seu processo de construção de conhecimentos.
➢ A dificuldade dos educadores de explorar as potencialidades de cada ciência, construindo o intercâmbio de saberes, através da busca de uma visão globalizada.

O ProJovem, por ser um Programa dinâmico e desafiador remete todas as pessoas envolvidas a responsabilidade na utilização de recursos e métodos a fim de garantir o alcance dos objetivos, das metas e das ações estabelecidas.

A esse respeito é bom lembrar as palavras de Rios(2001):
O trabalho docente competente é um trabalho que faz bem. É aquele em que o docente mobiliza todas as dimensões de sua ação com objetivo de proporcionar algo bom para si mesmo, para os alunos e para a sociedade. Ele utiliza todos os recursos de que dispõe – recursos que estão presentes ou que se constroem nele mesmo e no entorno – e o faz de maneira crítica, consciente e comprometida com as necessidades concretas do contexto social em que vive e desenvolve seu ofício.(p.107).

O aluno do ProJovem, possui características próprias que o fazem tornar-se diferente dos outros, pois são trabalhadores, mães e pais, negros, brancos, pardos, telespectadores, consumidores, dependentes químicos, detentores de diferentes expressões artísticas e religiosas, desempregados, como também portadores de necessidades especiais entre muitos outros. É uma clientela diversificada que requer dos educadores percepções e flexibilidade para que possam incluir as diferenças dentro da escola que deverá ser aberta e acolhedora, atendendo às dimensões do conhecimento, acompanhando e facilitando um projeto de vida, desenvolvendo um sentido de pertencimento.
Dessa forma, o projeto, sem dúvida terá sucesso, quando pensarmos nos nossos alunos valorizando seus interesses, conhecimentos e expectativas, favorecendo sua participação, respeitando sua caminhada, seus direitos em práticas e não somente em enunciados de programas e conteúdos, demonstrando a importância deles como cidadãos e não somente como objetos de aprendizagem.


Viamão, 06 de julho de 2007.

Isabel Cristina de Oliveira
Coordenadora Municipal Pedagógica


RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e Ensinar por uma docência da melhor qualidade. Editora Cortez, 2001.

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